20 dezembro, 2007

Feliz Navidad!!!

Pois é caros colegas!! Madamme La Marquize de janelas de aluminío lacado a branco com vidros duplos , deseja um feliz Natal a toda a malta.
Não vou poder comparecer às festividades uma vez que me encontro muito ocupada na outra vida.
Mas desejo com todo o meu coração um Feliz Natal entre vós.
Recomendo apenas copos e gargalhadas. Nada de amigo oculto senão ... dá nisto!!

13 dezembro, 2007

Museu Nacional do Prego


A ideia não é minha e foi mesmo abordada num debate sobre museus. Há quem diga que os espanhóis até do prego eram capazes de fazer um museu! Pois eu proponho que nos adiantemos e criemos, desde já a nível virtual, o Museu Nacional do Prego.
Não pensem que é assim tão simples: pregos há muitos, de vários cumprimentos, larguras, materiais e cores. Podemos mesmo tentar adquirir pregos famosos como aqueles do caixão do Bela Lugosi ou até, quem sabe, pedir um prego à NASA, daqueles que já foram ao espaço (parece que basta telefonar umas quantas de vezes)!
Depois não esqueçamos as questões da documentação, nomeadamente dos critérios de numeração: MNP 0001, MNP AA 001, MNP 2007.01, MNP 2007.AL.01? Qual será o mais adequado para a gestão da colecção? Ah, outra questão: onde iremos colocar a marca de numeração? Um código de barras não me parece muito eficaz… Talvez a costumeira etiqueta “acid free”?
Pedia-vos que não menosprezassem este museu e que desde já começassem a contribuir com fotografias dos vários espécimens, de modo a que consigamos desenhar um programa museológico coerente. Eu prometo em breve contribuir para o banco de imagens.
(a imagem de cima pertence a Roger Henrique Wodzynski e pode ser vista aqui.)

26 novembro, 2007

Viagem Cultural do Grupo do Galheteiro II

Saídos de Coimbra, decidimos rumar a Norte e fazer um percurso curioso a um conjunto de locais cistercienses.
Locais estes que nos surpreenderam verdadeiramente pelas suas características peculiares.
Acompanhem-nos e confirmem...

Circuito n.º 2 – (São João de Tarouca – Ucanha – Salzedas)

Mosteiro de São João de Tarouca
Monumento Nacional
Decreto n.º 40 684 de 13-7-1956
Decreto n.º 95/78 de 12 de Setembro
Z.E.P., D.R., 2.ª Série, n.º 8285 de 24-4-99

Começamos por São João de Tarouca, que logo nos impressionou pelo lugar e pelo tamanho do antigo mosteiro.


O Mosteiro de São João de Tarouca, localiza-se na freguesia de São João de Tarouca, concelho de Tarouca, distrito de Viseu.
Em 1140 foi dada à comunidade monástica cisterciense a carta de couto, que permitiu a sua instalação neste local. Em 1144, surge a primeira referência documental da sua existência, numa carta de doação de couto passada por D. Afonso Henriques.
A igreja do antigo mosteiro, construída entre 1152 e 1164, respeitava os princípios de austeridade e simplicidade adoptados pela Ordem de Cister. Os restantes corpos do mosteiro seguiam o modelo de Claraval II e de Fontenay.
Nos séculos XVI, XVII e XVIII foram sendo efectuadas modificações e ampliações nos diversos edifícios que compunham o Mosteiro de São João de Tarouca.
Actualmente na igreja são de destacar algumas peças do seu recheio:
- Sarcófago granítico de D. Pedro Afonso, conde de Barcelos, filho bastardo de D. Dinis;
- Painéis de pintura quinhentista, inseridos em estruturas retabulares, da autoria de Gaspar Vaz, discípulo de Grão-Vasco, representando São Pedro, São Miguel Arcanjo e a Virgem em Glória;
- Retábulo da capela-mor em talha dourada de estilo nacional;
- Cadeiral, em pau-brasil, decorado com pinturas representando santos e personagens relacionados com a Ordem de Cister;
- Orgão da segunda metade do século XVIII.
Pinturas de Gaspar Vaz.


Ponte e Torre de Ucanha
Monumento Nacional
Decreto de 16-6-1910
DG n.º 136 de 23 de Junho de 1910
De tão única, quase que não vale a pena tecer grandes comentários.

As Ponte e Torre de Ucanha localizam-se na freguesia de Ucanha, concelho de Tarouca, distrito de Viseu.
José Leite de Vasconcelos aqui nascido, apontou três razões para a construção destas ponte e torre sobre o rio Varosa: a de defesa, à entrada do couto monástico de Salzedas; a de ostentação senhorial, patente na alta torre; e a da cobrança fiscal, pelo valor económico que tal representaria para o mosteiro cisterciense erguido próximo.
A ponte deverá ter sido construída pelos romanos, no seguimento de uma estrada que passava ali perto.
Em 1163, D. Afonso Henriques doou, à viúva de Egas Moniz, Teresa Afonso, o couto de Algeriz, ao qual acrescentou o território de Ucanha. Teresa Afonso, que fundou o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, doou ao convento o couto que recebera do rei. Sendo os monges quem mais beneficiou da velha ponte, convertida em apreciável fonte de rendimento pelos direitos de portagem que seriam cobrados.


Mosteiro de Salzedas
Monumento Nacional
Dec. nº 67/97, DR 301 de 31 de Dezembro 1997 ( igreja )
em estudo ( mosteiro )

A fachada incomum e os seus espaços interiores com aspecto de ruínas peculiarmente vividas estranham-se inicialmente, mas, dedicando-lhes algum tempo inspiraram-nos uma simpatia muito grande.


D. Afonso Henriques doou, em 1163, o Couto de Algeriz ( depois chamado
de Salzedas ) a D. Teresa Afonso, viúva de Egas Moniz, para que esta o ofereça ao Mosteiro de Salzedas, da Regra de São Bento.
Posteriormente, em 1196, a comunidade religiosa aqui situada adoptou a regra da Ordem de Cister.
No século XVI, o convento foi extinto e na segunda metade terá sido restaurado.
Nos séculos XVII e XVIII procedeu-se a profundas remodelações neste edifício.

A estrutura do edifício é românico-gótica, tendo sido reformulado nos períodos maneirista e barroco, com a criação de uma nova fachada principal, enquadramento do coro-alto, e um tratamento do espaço interno à romana.

São visíveis entre os dois pilares da nave, num arco em ogiva à esquerda do transepto e na abóbada de berço do tramo da capela colateral Norte, as marcas da existência de outras duas igrejas anteriores à actual.

No seu interior destacam-se as seguintes peças:
- Pinturas de Pascoal Parente (século XVIII), que seguem as gravuras seiscentistas de Arnoldus von Wasterhout;
- Pinturas(século XVI) atribuídas a Vasco Fernandes, representando S. Sebastião e Santo Antão, que faziam parte do antigo retábulo;
- Túmulos medievais dos primeiros condes de Marialva (D. Vasco Coutinho e mulher, e, D. João Coutinho);
- Órgão positivo de seis registos.


Nas imediações deste templo fomos confrontados com a existência de um pequeno troço da antiga judiaria de Salzedas. Muito interessante.



Digam lá que Salzedas não tem potencial patrimonial e turístico...

25 novembro, 2007

Viagem Cultural do Grupo do Galheteiro

Como parece que o entusiasmo em redor deste blog esfriou um pouco, acho conveniente recomeçar a colocação neste espaço de algumas das impressões das viagens realizadas por alguns de nós.
Assim, irei (re)começar pela viagem (dita cultural), efectuada pelo famoso Grupo do Galheteiro, nos dias 21, 22 e 23 de Setembro.
Como esta viagem foi bastante diversificada, optei por dividi-la em circuitos.
Começarei então pelo circuito n.º 1.
Circuito n.º 1 – Coimbra (Portugal dos Pequenitos – Santa Clara-a-Velha)

Muitos de nós terá visitado o Portugal dos Pequenitos pela primeira vez quando era realmente pequenito. Mas, quantos de nós já o visitou em graúdo?
Eu, confesso, que nunca o tinha visitado, e, ao que parece nem as minhas partenaires.
E, assim lá rumámos nós a este local mítico.
E não é que adorámos.
Em parte, porque é sempre bom para alguém já algo crescidinho brincar. E brincar implica entrar na onda dos mais pequenos. Coisa que fizémos.E muito bem diga-se de passagem...
Por outro lado, fomos completamente surpreendidos pela diversidade de "coisas" encontradas. E, essencialmente, pelas comparações a que se presta com uma estrutura museológica. Podem calcular o nosso contentamento quando ouvimos um professor nosso a mostrar o seu interesse em analisar este espaço do ponto de vista museológico.
Portugal dos Pequenitos
Portugal dos Pequenitos
Rossio de Santa Clara3040-256 COIMBRA Portugal
T: 239 801 170/1F: 239 853 806 E: portugalpequenitos@fbb.pt
http://www.fbb.pt/pp_apresentacao.htm

Fundado em 8 de Junho de 1940, foi idealizado por Bissaya Barreto e projectado pelo arquitecto Cassiano Branco.
Encontra-se dividido em três núcleos principais, que correspondem às três fases da sua construção.
A primeira fase, efectuada entre 1938 e 1940, é constituída pelo conjunto de casas regionais portuguesas. Pertencendo também a este núcleo o denominado conjunto de Coimbra. No qual se encontram representados os monumentos mais importantes da cidade.
A segunda fase integra a “área monumental”. Neste espaço surgem as evocações aos principais monumentos nacionais de Norte a Sul do País.
Ninguém resiste a brincar com a escala das construções.


A terceira fase, terminada em finais dos anos 50, engloba a representação etnográfica e monumental dos países africanos de língua oficial portuguesa (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde), do Brasil, de Macau, da Índia Portuguesa e de Timor. Este núcleo integra também monumentos das regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
Actualmente o Portugal dos Pequenitos encontra-se dotado de mais espaços, destacando-se os seus “museus”: Museu do Traje, Museu de Marinha e Museu do Mobiliário. "Museus" estes com pormenores engraçadíssimos, em especial o do traje, capaz de belos momentos de sorriso, de riso, de risota e até mesmo de autênticas gargalhadas...
Os "modelos pequenitos" de trajes, alguns dos quais envergados por figuras históricas, arrancam sorrisos a qualquer um...

Alguns dos modelos apresentados avançam para o riso...

E o que dizer de exemplos como este??

Um misto de "Pai Adão ariano com Homo sapiens peludo", com dois corpos humanos em decomposição aos pés....

Desde 22 de Dezembro de 2003 foi criado também um novo espaço para acolher diversas actividades e eventos lúdico-pedagógicos – o “Relógio de Sol”, da autoria do arquitecto João Paulo Revez Conceição.
Tem também uma cafetaria - “O Lanche dos Pequenitos”; e, uma loja - “Loja dos Pequenitos”.

Querem passar umas horas muito bem passadas??

Peguem nos putos, sejam eles filhos, sobrinhos ou filhos de amigos, juntem-lhes os verdadeiros gaiatos que ainda existem em vós, e, rumem ao Portugal dos Pequenitos.

Garanto-lhes que será um dia extraordinário.





Devido à proximidade física, fizemos uma visitinha rápida ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. Edifício em obras de recuperação e requalificação.
Ficando aqui apenas um breve esboço histórico.

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
Monumento Nacional
Decreto de 16-06-1910
DG 136 de 23 Junho 1910
Zona Especial de Protecção DG 174 de 26 Julho 1954

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, localiza-se na freguesia de Santa Clara, no Concelho de Coimbra.

A construção deste mosteiro teve início em 1286, tendo sido entregue à ordem de Santa Clara no ano seguinte.
Por questões com a ordem dos crúzios, este mosteiro foi dissolvido em 1311.
Mas, a partir de 1314, D. Isabel de Aragão iniciou a refundação do mosteiro, com a renovação e ampliação dos edifícios existentes. Tendo iniciado igualmente a construção da actual igreja.
Em 1331, devido a uma cheia do Mondego, iniciou-se o assoreamento do edifício, tendo-se construído um pavimento elevado a meio da igreja. Ao longo dos tempos (até ao século XVII) as cheias sucessivas levaram a outras soluções.
No século XVI, com D. Manuel I a igreja foi redecorada, coberta parcialmente com azulejos mudéjares e sevilhanos, altares com pinturas, algumas delas efectuadas por Quentin Metsys (actualmente no Museu Machado de Castro), e esculturas flamengas e alemãs.
Já no século XVII, D. João IV ordenou a transferência das freiras para o Monte da Esperança, para o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, levando ao abandono deste espaço.
Actualmente encontra-se a ser alvo de uma intervenção de recuperação e valorização dos diversos espaços do imóvel e seus envolventes.

01 novembro, 2007

Que coisa mai linda!

Não sei se será o caso... mas para quem gosta destas coisas das artessss,
espreitem estas imagens de HALTA DEFINIZIONE!!!!

Mas... cuidado com o tamanho do pixel...

http://haltadefinizione.deagostini.it/en/

30 outubro, 2007

Visita Virtual ao Egipto

Tem-se falado muito de museu virtual, um assunto que deveria ser abordado aqui no blog, contudo e apenas para incentivar as hostes deixo uma sugestão para os apaixonados pela arte egípcia, um site onde é possível visitar virtualmente alguns monumentos do Egipto, tal como câmaras funerárias ou mesmo objectos e obras de arte importantes expostas no museu do Cairo.

Deixo o alerta que é necessário alguma memória livre no computador e o Quick Time Plauer para realizar as visitas virtuais 3D, mas está tudo explicado no site.

Fica então a ideia para o que poderia ser um possível museu virtual…

http://www.eternalegypt.org/EternalEgyptWebsiteWeb/HomeServlet






29 outubro, 2007

27 outubro, 2007

Papá compre a Gaita para o Museu!!

- "Ó Papá!, estive a ver um leilão no e-bay e encontrei uma bela gaita!!"
- "Ó filho não lhe dou nem mais um tusto enquanto não arrumar as ventosas e o clister do rei D. João V."
-"Mas o Papá tem de compreender que com esta Gaita Miraculosa oriunda do Sertão Brasileiro vamos aumentar exponencialmente as visitas nocturnas (a 150€) ao Clube dos Amigos dos Médicos do Sistema Privado".
- " Pronto , vá lá, eu pago-lhe a viagem..."
- " Ainda bem que aceitou , mas não se esqueça que eu e a sua princesa formamos uma equipa e por isso temos de ir os dois."
- " Está bem, o menino vá lá então com a minha princesa, e compre lá a Gaita Milagrosa"
-" Obrigado Papá."
- " Já agora, onde fica o e-bay?"
- Em New York , Papá! "

26 outubro, 2007

Barbaridade em nome da "Arte"

Pois é colegas, é com profunda revolta e raiva que vou colocar o meu primeiro post aqui no bilogui, mas achei deprimente, nojento e mesmo vergonhoso a notícia que aqui coloco.

Isto só prova que qualquer anormal (para não dizer filho da p***) que em nome da "arte" pode fazer o que quiser para ser diferente e fazer ver a sua "obra".

Neste caso nem arte nem obra nem nada, apenas uma demonstração cruel tanto de quem teve a ideia de como quem a expôs.

Não que tenha sido no museu, mas se foi exposto numa galeria já nada me surpreende...

Aqui fica então o deplorável acontecimento.

Eu já assinei...
_____

Um artista da Costa Rica, Guillermo Habacuc Vargas, expôs um cão vadio faminto numa galeria de arte. Ninguém o alimentou ou lhe deu água, morreu durante a exposição.

Guillermo Habacuc Vargas foi o artista escolhido para representar o seu país na "Bienal Centroamericana Honduras 2008".

Existe uma petição onde é pedido que ele não receba este prémio. Por favor assinem preenchendo o Nome, email, Localidade e País.

24 outubro, 2007

Bloco de notas - Hermitage em Lisboa

A conferir aqui.

23 outubro, 2007

Algo Absolutamente novo!!!

Pois é, a vida de Duque não é fácil... Por isso partilho convosco o meu mais recente video-clip na companhia de Pepita e Mercedes! Asi es como es, un Reaggeaton y olé!



Qué Bien

22 outubro, 2007

Ensaio de Mercedes e Pepita 2

Em rigoroso exclusivo, o clip do ensaio de Mercedes e Pepita acaba de ser actualizado com a sua versão integral. É darem lá uma espreita...
Entretanto, para todos os que se queixaram de que a Mercedes era um mono e não se sabia mexer, eis uma amostra do ensaio desta tarde...

20 outubro, 2007

Bloco de notas - Knojo! A Ciência Indiscreta do Corpo Humano

É de bisbilhotar aqui, ali e acolá.

O passeio fluvial da pandilha de Museologia.

Sob os bons auspícios do Museu de Marinha e da Câmara Municipal do Seixal - a ambos a nossa vénia - teve lugar no passado dia 20 de Setembro um magnífico passeio fluvial no Tejo, a bordo do Bote de Fragata Baía do Seixal, em rigoroso exclusivo para a turma de Museologia da FCSH da UNL. E neste caso, UNL bem podia significar Universidade Náutica de Lisboa, tal foi o empenho demonstrado por tão ilustre guarnição, fazendo justiça e honrando a arte de navegar dos nossos antepassados.
Algumas das fotos que se seguem demonstram o afã, o esforço quase sobre-humano da marinhagem.
Quem estava a bordo de algum dos muitos cacilheiros que connosco se cruzaram durante a hora e meia de regata, terá certamente pensado que se tratava de uma equipagem portuguesa a treinar para a America's Cup.
Os leitores poderão ou não acreditar naquilo que seguidamente vou escrever, mas juro-vos que ultrapassámos duas vezes e em bolina de grande estilo um dos maiores paquetes do mundo: o Queen Mary II (que por acaso, mas só por acaso, se encontrava atracado no cais da Rocha do Conde d'Óbidos).
Relate-se, a propósito, que o luxuoso paquete exibia a bombordo (no caso, para o lado do rio), um enorme lençol de bordado inglês com os dizeres "Distância de segurança - 50 metros". No convés, um membro da tripulação vigiava-nos por detrás de uns binóculos gigantes, provavelmente com ABS e som Dolby Surrond, enquanto outro se mantinha agarrado com unhas e dentes a um dispositivo que nos pareceu, assim à distância, uma mistura de bombarda medieval com agulheta do Regimento de Sapadores Bombeiros, ou seja, uma bombeta. Quiçá corremos o risco de, ao violar inadvertidamente a barreira dos 50 metros, sermos bombardeados por um jacto de alta pressão à base de Bacon & Eggs que haviam sobrado do pequeno almoço...
Enfim... à passagem das embarcações de pesca que regressavam da faina, navegando junto ao casco do paquete, os bifes punham-se a dar toques sonoros com aqueles sprays que se levam para fazer barulho nos jogos da bola, ao que o nossos pescadores respondiam efusivamente com belíssimas coreografias de manguitos genuinamente portugueses.
Um passeio com componente etnográfica. Diria mais: uma festa!
Este post já há muito devia ter sido publicado. Acontece que o facto de o pessoal ir irresponsavelmente ressacado para os passeios culturais tem o seu preço e as suas consequência: uma levou máquina digital e fotografou profusamente, esquecendo-se que, depois, não tinha cabo apropriado para passar as fotos para o PC; outra fotografou não tão profusamente mas, armada em entendida nas tecnologias 3G, programou o telemóvel para fazer fotografia noturna, o que nos deixou a todos com uma tez de azul, modelo Dirup Saturno, completamente inapropriada para publicação neste blog (que, afinal de contas, tem algum prestígio editorial a manter); outro, para compor o ramalhete, deixou a máquina fotográfica dentro da mala do carro e não fotografou coisa nenhuma.
É óbvio que tive que me insurgir efusivamente contra este tipo de atitudes irresponsáveis a roçar a senilidade. Foi, aliás, ao evocar a questão da senilidade que eu próprio, assim de repente, me lembrei que também havia feito algumas fotos com o meu telemóvel a vapor. E só assim, graças à atenção que a minha pessoa põe nestes eventos (para logo se esquecer de seguida), foi possível trazer à estampa o relato de mais um importante trabalho de campo desenvolvido pela pandilha de Museologia.

PS: Ninguém enjoou!

18 outubro, 2007

Espírito cívico

Seja um museoblogger responsável. Participe!!!

16 outubro, 2007

Em nome dos Serviços Educativos


Este video é representativo do esforço levado a cabo pelos técnicos de Serviço Educativo para suscitar interesse nas crianças e nos adolescentes.
Os meios são escassos e o que salva as actividades destes serviços é a criatividade e dedicação dos seus técnicos.
Esta é uma sentida e profunda homenagem a todos aqueles que trabalham ou já trabalharam em Serviços Educatvos.
Para todos, um grande bem hajam!!

A bela da faina

Recomeça amanhã a faina, em mais um dos seus ciclos semanais.
A semana passada tivemos sessões de tal forma animadas que um engraçadinho de um colega foi capaz de me surpreender em período de overdose neurológica.
Espera-se um pouco mais de calma no ritmo alucinante a que as sessões têm decorrido. Assim poderemos dormitar tranquilamente, de papinho para o ar, evitando a useira e vezeira fuga da prótese dentária para o Egipto.
E já agora, na eventualidade de haver curiosos, o chapéu comprei no Tirol e a cremalheira na feira da Praça de Espanha.

15 outubro, 2007

Mercedes del Pilar e Pepita Dolores - Extended Version


Só para demonstrar que os ensaios das duas starlettes maiores da Museologia em Portugal decorrem a bom ritmo.

13 outubro, 2007

1º grande inquérito feito pelo blog Museu Nacional

Terminou ontem o primeiro grande inquérito feito pelo nosso blog.
À questão O que acha da instalação de extensões de grandes museus Europeus, como o Louvre e o Hermitage, noutros países? o número avassalador de onze dos nossos leitores, respondeu na seguinte proporção:
- Interessa apenas a esses museus devido à receita que lhes proporciona - 9%
- Interessa a ambas as partes - 45%
- Interessa aos países anfitriões mas não pelo valor que lhes é exigido - 36%
- Não interessa a ninguém e o dinheiro seria melhor utilizado noutras áreas da cultura e do património portugueses - 9%

Aceitam-se propostas de perguntas e respostas para o próximo inquérito.

Breve incursão a terras estrangeiras

Aproveitando um fim-de-semana no magnífico e exuberante palácio da Imperatriz da Raia, nessa terra de seu nome Segura, esta pequena corte levou a cabo uma breve incursão a terras estrangeiras. Assim, no dia 19 de Setembro, rumámos a Alcántara, município da província extremenha de Cáceres.


Aproveitando deste modo para nos inteirarmos do que aqui existe de património visitável e de espaços musealizados.

Igreja de Santa María de Almocóvar
Templo consagrado no Século XII, construído sobre uma mesquita, com diversas obras posteriores. Apresenta-se com características românico-góticas e platerescas e renascentistas.


Convento de São Benito
Sede da Orden Militar de Alcántara, fundada em 1176, até à sua extinção em 1835. Deu-se início à construção da sua actual igreja em 1499, tendo sido suspensa logo poucos anos decorridos, ficando inacabada.
Os restantes corpos deste convento foram edificados a partir do século XV até ao XIX.
Em 1914, por Real Ordem foi declarado Monumento Nacional de Espanha.
Actualmente é a sede da Fundación San Benito de Alcántara.



Surpreendidos pelo convento, em especial pelos seus interiores, deparamo-nos ainda com uma pequena sala dedicada à Ponte de Alcántara sobre o Rio Tejo com uma solução museográfica digna de registo.



Ponte de Alcántara sobre o Rio Tejo
Esta ponte terá sido construída entre os anos 105 e 106 pelo arquitecto romano Caio Iulio Lacer na via que ligava Norba (actual Cáceres) com Conímbriga. Tendo sido alvo de diversas campanhas de obras posteriores.




Depois desta breve incursão por terras espanholas, lá teve esta pequena corte de voltar a terras de Segura, autêntico feudo da Imperatriz da Raia. Terras essas nas quais voltámos a mergulhar na cultura tipicamente popular. Assim, a par da gastronomia e da enologia e afins, surgiu também um momento etno-musical de alto nível - cantares acompanhados com adufe.

12 outubro, 2007

Final de verão na Corte da Imperatriz da Raia


Isto de acumular títulos faz com que uma pessoa da nobreza tenha uma vida cansativa e agitada...
Agrupando uma pequena corte de muy grande fidalguia avançámos em comitiva rumo à fronteira com o reino vizinho.
Poisámos nas terras da Imperatriz da Raia (título por mim conseguido a muito custo).
A estas terras foi há muitos anos dado o nome de SEGURA.
Neste pequeno território encontram-se as raízes mais longínquas de minha linhagem e por isso aí detenho muy grande palácio.
Segura, terra de homens de taberna onde quem manda são as mulheres, situa-se a 60Km de White Castle (Castelo Branco) fazendo fronteira com o Reino de Espanha.
Segura segurou-se e segurou o reino de Portugal, passando sempre a perna aos Espanhóis.
Não haveria local mais apropriado para uma verdadeira festa barroca senão aqui.
O Moço de Estribo acompanhado da sua Senhora tomou prontamente de assalto as cozinhas do palácio preparando as maiores e mais requintadas iguarias.
Toda a corte foi regada com o mais requintado vinho e outras bebidas que funcionaram (como sabeis de certo) como combustíveis às mais diversas danças de corte acompanhadas ao som do mestre de música - Bonny M.

O pintor da corte também nos acompanhou levando a Imperatriz e a Pricesa do Estoril na sua carruagem forrada a veludos dos mais luxuosos que já vi.
Retratou na perfeição todos nós e ainda se fez retratar a si próprio através de muy novas invenções vindas do novo milenium.
Não excluimos as nossas actividades religiosas frequentando a igreja, mas apenas à nôte, pois era a hora em que a corte se encontrava mais desperta.
Segura,terra de devaneio e encantamento... Seu lema tem vindo a ser proferido pelos homens da terra ao longo dos vários séculos:
" É mais perto de Segura aqui, do que daqui a Segura!"

11 outubro, 2007

Bloco de Notas - Museus e Blogs

Consultar aqui.

10 outubro, 2007

Bloco de Notas - Museu Nacional da História da Imigração (França)

Ler aqui.

Sobre a Cité nationale de l'histoire de l'immigration, consultar esta página da Wikipédia.

Para consulta do site, o endereço é este.

Divirtam-se!

Muito interessante

Caros Museólogos

Não percam o video do passado dia 7 de Outubro 2007, no programa Câmara Clara:

http://www.dois.tv/programas/camaraclara/

Procurar em video
O tema é sobre: Colecções Privadas de Arte - com: Simonetta Luz Afonso e Francisco Capelo

08 outubro, 2007

Para uma profilaxia da micose...

Mas que diabo de pertinência tem um post sobre micose num blog sobre Museus, Museografia, Museologia e afins?

Toda! Perceberam bem? Toda!!!

A micose é, de uma forma geral, a designação dada aos vários tipos de infecções provocadas por fungos (os mais mórbidos, ávidos, como sempre, de tudo o que é sórdido, podem consultar a Wikipédia e desamparar aqui a loja).

A fungaria (que não a nasal), se presenteada com as condições ideais à sua proliferação, a saber, como todos aprendemos em Conservação Preventiva, temperatura elevada e alta percentagem de humidade relativa, propaga-se a um ritmo de fazer corar de inveja qualquer coelho adulto, saudável e a tomar o comprimido azul.

As micoses podem ser superficiais ou profundas. Fiquemo-nos hoje apenas pelo primeiro tipo.

A micose superficial consiste na aglomeração de fungos, sobretudo em zonas de maior pilosidade, junto das unhas ou, em zonas de intensa acumulação de humidade, como nas axilas, nas virilhas, entre os dedos dos mãos, causando a famosa frieira, e entre os dedos dos pés, dando origem ao conhecido "pé-de-atleta".

Ora a fungaria alimenta-se de uma proteína designada queratina. Quando o estágio de infecção se encontra já adiantado, podem igualmente surgir problemas de origem bacteriana.

A profilaxia da doença passa por uma série de cuidados que abordaremos em futura oportunidade. O célere desenvolvimento do combate a esta patologia inclui já técnicas desenvolvidas em ambiente lectivo, as quais permitem ao paciente do sexo masculino, por exemplo, com recurso à aplicação de dois dedos em cada um dos hemisférios do cós das calças e através de uma oscilação para cima e para baixo, em cambiante de tango argentino, friccionar com generosa amplitude, toda a micose que grassa no meridiano que leva do umbigo ao fundo das costas, com imediato alívio da área afectada.

E por agora, desculpar-me-ão os digníssimos leitores, tenho que interromper devido a uma comichão estranha que paira latente sobre a minha orelha esquerda e que solicita a minha imediata atenção. Mas voltarei ao assunto oportunamente.

Bem hajam!

07 outubro, 2007

Le Musée de La Republique, ou a mais jacobina das visitas


Pois parece que ninguém quis comentar o último passeio neste meio... Pelo menos o último e primeiro no qual participei, e sobre o qual aora me parece oportuno exorcizar a minha cabeça e contar o que me vai na alma. Até agora, com a falecida Carlota Joaquina, sempre me senti mais identificado, mas o novo Museu Nacional obriga a outra solenidade das afirmações. Comecemos.

Um Monárquico na base da República. Ou a república no lugar onde nunca deveria ter estado. Como sabem, após o 5 de Outubro de 1910 os Bens Nacionais da Casa Real passam à posse do Estado - o que é demagógico, já que sempre a ele pertenceram - e a Família Real, exilada, perde também os seus bens pessoais que NUNCA foram Estatais e que eles próprios sustentaram, como é o caso da Quinta de Belém. Assiste-se então a uma ocupaçao dos espaços da família fugida e, para não entrar em quezílias, sobem-se os nomes destas residências a palácios nacionais - que só foram Queluz e Ajuda. Alguns, como Vila Viçosa ou o património imóvel da Rainha D. Amélia circundante ao Teatro Nacional de S. Carlos, mantêm-se na posse indirecta da Família a que pertenciam e foram ou transformados como imóveis da Fundação ou transitaram a quem a Augusta Rainha bem quis, após a sua morte, entre os quais é contemplado o seu afilhado de Batismo Dom Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança. Lembre-se o sucedido há meia dúzia de anos com a exilada Família Real Grega, outrora proíbida de entrar no país onde reinava e que conseguiu, pelo Tribunal Internacional, reaver os bens que lhe tinham sido usurpados... Enfim, lá estou eu a fugir ao tema...

Pois bem, museu da presidência. Visitas em grupo, com uma Guia, controle total dos movimentos por uma segurança de um senhor que nem se encontrava no palácio - curiosamente foi o dia em que morreu o seu pai, que em Paz descanse - e visita a meia dúzia de salas onde vemos o que a república reuniu: um mobiliario de qualidade secundária, e quando bom vindo dos palácios reais e das colecções de D. Fernando II, nada que identifique o sistema. Nem aquela senhora despudorada se mostrou com o seu melhor Negligé no palácio; A única sala com legendas de difícil acesso, compreensão - e até arejamento - e a capela redecorada com quadros sobre a vida de Maria de Paula Rego a pedido de um presidente agnóstico ou ateu e de origem semita era o mais próximo de uma tortura própria de Dashau, com os escassos metros quadrados que nem quero imaginar quantos seriam, uma fraca iluminação e um super-povoamento momentâneo que torna a visita não só desagradável como de difícil captação do que se vê.

A Varanda um espaço delicioso, o jardim não é pisável no seu patamar inferior nem visitável no superior. Consequências da cultura em espaços públicos mas privados, diria o outro. E cada vez mais a Res Pública é Res Stricta...

O Museu da Presidência é escuro, confuso, sem percurso e sem ligação entre si. Quadros a dois níveis que levam o visitante a querer saber coisas sobre os superiores sem ter que subir as escadas, e peças de valor menor oferecidas por outros países aos chefes do actual estado. No andar superior as condecorações civís portuguesas actuais, as principais herdadas da Monarquia mas feitas com muito menor qualidade - já não há o bom ouro e pedraria brasileira e do Ultramar - e alguns objectos, sendo os mais curiosos os de Sidónio Pais e dos Presidentes do Estado Novo - facto curioso, na actual socialisto-democracia que tanto teme esses fantasmas mais que mortos e que há quarenta anos proclamam um certo mês, que nalguns sectores mais fanáticos leva mesmo à bela frase de que "falta cumprir Abril", quando esse mês é bem mais completo que outros, e o Fevereiro que se cale pois de todos é o mais diminuto.

Enfim, para todos vós, roam-se: digno de museu foi o jantar em casa da Bruxa Má, com uma fantástica Sapateira que se tornou breve, um vinho delicioso que conseguiu escapar à sua total absorção, entre outras iguarias. Valeu-nos isso, um manjar de reis, com direito a Bobos da Corte, teatros e Opera Bufa, para esquecer o pouco que a república ainda representa museológicamente - e quem sabe, não só...