26 novembro, 2007

Viagem Cultural do Grupo do Galheteiro II

Saídos de Coimbra, decidimos rumar a Norte e fazer um percurso curioso a um conjunto de locais cistercienses.
Locais estes que nos surpreenderam verdadeiramente pelas suas características peculiares.
Acompanhem-nos e confirmem...

Circuito n.º 2 – (São João de Tarouca – Ucanha – Salzedas)

Mosteiro de São João de Tarouca
Monumento Nacional
Decreto n.º 40 684 de 13-7-1956
Decreto n.º 95/78 de 12 de Setembro
Z.E.P., D.R., 2.ª Série, n.º 8285 de 24-4-99

Começamos por São João de Tarouca, que logo nos impressionou pelo lugar e pelo tamanho do antigo mosteiro.


O Mosteiro de São João de Tarouca, localiza-se na freguesia de São João de Tarouca, concelho de Tarouca, distrito de Viseu.
Em 1140 foi dada à comunidade monástica cisterciense a carta de couto, que permitiu a sua instalação neste local. Em 1144, surge a primeira referência documental da sua existência, numa carta de doação de couto passada por D. Afonso Henriques.
A igreja do antigo mosteiro, construída entre 1152 e 1164, respeitava os princípios de austeridade e simplicidade adoptados pela Ordem de Cister. Os restantes corpos do mosteiro seguiam o modelo de Claraval II e de Fontenay.
Nos séculos XVI, XVII e XVIII foram sendo efectuadas modificações e ampliações nos diversos edifícios que compunham o Mosteiro de São João de Tarouca.
Actualmente na igreja são de destacar algumas peças do seu recheio:
- Sarcófago granítico de D. Pedro Afonso, conde de Barcelos, filho bastardo de D. Dinis;
- Painéis de pintura quinhentista, inseridos em estruturas retabulares, da autoria de Gaspar Vaz, discípulo de Grão-Vasco, representando São Pedro, São Miguel Arcanjo e a Virgem em Glória;
- Retábulo da capela-mor em talha dourada de estilo nacional;
- Cadeiral, em pau-brasil, decorado com pinturas representando santos e personagens relacionados com a Ordem de Cister;
- Orgão da segunda metade do século XVIII.
Pinturas de Gaspar Vaz.


Ponte e Torre de Ucanha
Monumento Nacional
Decreto de 16-6-1910
DG n.º 136 de 23 de Junho de 1910
De tão única, quase que não vale a pena tecer grandes comentários.

As Ponte e Torre de Ucanha localizam-se na freguesia de Ucanha, concelho de Tarouca, distrito de Viseu.
José Leite de Vasconcelos aqui nascido, apontou três razões para a construção destas ponte e torre sobre o rio Varosa: a de defesa, à entrada do couto monástico de Salzedas; a de ostentação senhorial, patente na alta torre; e a da cobrança fiscal, pelo valor económico que tal representaria para o mosteiro cisterciense erguido próximo.
A ponte deverá ter sido construída pelos romanos, no seguimento de uma estrada que passava ali perto.
Em 1163, D. Afonso Henriques doou, à viúva de Egas Moniz, Teresa Afonso, o couto de Algeriz, ao qual acrescentou o território de Ucanha. Teresa Afonso, que fundou o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, doou ao convento o couto que recebera do rei. Sendo os monges quem mais beneficiou da velha ponte, convertida em apreciável fonte de rendimento pelos direitos de portagem que seriam cobrados.


Mosteiro de Salzedas
Monumento Nacional
Dec. nº 67/97, DR 301 de 31 de Dezembro 1997 ( igreja )
em estudo ( mosteiro )

A fachada incomum e os seus espaços interiores com aspecto de ruínas peculiarmente vividas estranham-se inicialmente, mas, dedicando-lhes algum tempo inspiraram-nos uma simpatia muito grande.


D. Afonso Henriques doou, em 1163, o Couto de Algeriz ( depois chamado
de Salzedas ) a D. Teresa Afonso, viúva de Egas Moniz, para que esta o ofereça ao Mosteiro de Salzedas, da Regra de São Bento.
Posteriormente, em 1196, a comunidade religiosa aqui situada adoptou a regra da Ordem de Cister.
No século XVI, o convento foi extinto e na segunda metade terá sido restaurado.
Nos séculos XVII e XVIII procedeu-se a profundas remodelações neste edifício.

A estrutura do edifício é românico-gótica, tendo sido reformulado nos períodos maneirista e barroco, com a criação de uma nova fachada principal, enquadramento do coro-alto, e um tratamento do espaço interno à romana.

São visíveis entre os dois pilares da nave, num arco em ogiva à esquerda do transepto e na abóbada de berço do tramo da capela colateral Norte, as marcas da existência de outras duas igrejas anteriores à actual.

No seu interior destacam-se as seguintes peças:
- Pinturas de Pascoal Parente (século XVIII), que seguem as gravuras seiscentistas de Arnoldus von Wasterhout;
- Pinturas(século XVI) atribuídas a Vasco Fernandes, representando S. Sebastião e Santo Antão, que faziam parte do antigo retábulo;
- Túmulos medievais dos primeiros condes de Marialva (D. Vasco Coutinho e mulher, e, D. João Coutinho);
- Órgão positivo de seis registos.


Nas imediações deste templo fomos confrontados com a existência de um pequeno troço da antiga judiaria de Salzedas. Muito interessante.



Digam lá que Salzedas não tem potencial patrimonial e turístico...

1 comentário:

Marquesa disse...

Salvé Aleluia Salvé!!!

Até q enfim que fossa excelência colocou alguma coisa aqui pra isto não morrer!

Muy Bien